terça-feira, 20 de novembro de 2012

No dia da simplicidade
verei os sorrisos
verei as lágrimas
saírem com naturalidade
também darei de mim
entre choros e gargalhadas
nada mais que flores
ainda que espinhos
pintem de sangue
os vermelhos dos caminhos.

domingo, 18 de novembro de 2012

Vocação

Tantos pontos finais que se fizeram de início
agora noutro pouso
noutro peito
o mesmo vento ainda corta correntes
arranca de vez a sutileza de ser
do Ser...
uma gota salgada de mar entrou pela minha janela
estou mais próxima do mar
mais perto do meu lar
este parece que nunca é aqui
é sempre lá!
talvez eu consiga escrever
algo mais sério depois dos 30
agora ainda é 30
e nada me vem
a não ser a obrigação dos artigos
títulos...
no cambio dos meus dias
alguns passam tão rápido
outros voltam do passado
de volta estão os móveis nos seus lugares
devolvi pros objetos
sua vocação.

domingo, 11 de novembro de 2012

Desmancha de vazio...

Um sorriso veio,
das águas meu sorriso
tive sede
na noite chora água
um traço de poema no ar
vejo atrás da montanha 
olho por ela 
enquanto me encaras, ó sol!
meus olhos coloridos
da alma 
os ventos e pássaros
cataliza de azul
cataliza de azul

Esperava e transpirava
mergulha a cabeça
sossega de água
tantos pontos finitos
preenchem o infinito
respira nas bolhas sereias
desse doce de água
acalma 
pedala
vento na cara

Segue 
sempre um tempo
desmancha de vazio...

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Alguns pingos de sorriso
molham a face seca
fizeram um arco nos lábios
beija meu beijo
sente meu peito acelerar!
ainda fragmentada
descabelada...
dentro do desconhecido
vou voar.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O terceiro Ato!

Um novo grito ganhou liberdade
a violência veio libertá-lo
a dor, a fuga, o nojo.
Quando de repente olho a fraqueza que me cerca
uma imundice gratuita, que em algum momento faço parte
mas antes do ato final, do tapa na cara que não é dado
vai vai
vai a raiva, solta no tempo, desde ontem transpondo toda  ilusão
mentiras e traições
planos sutis
densos demais pra mim.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Etéreos

O fogo dá o estalo para a vida
dentro do corpo o feto vive de água
aconchegado no morno
nos sentimentos e sensações que esquecemos
ao respirar, tomar ar e começar a pensar
mais além é terra é sustento
proteção concreta
abstrações continuam
análises de um ventre de moradia
de choros não consolados
do peito da mãe
do colo do pai
criança que coisa é essa?
preparação para ser adulto?
que coisa é essa?
somos o que fomos e o que seremos
por que tanta armadilha para pegar alma e coração?
saquear o interior
para depois no vazio se encher
encher o saco
a pança
a cabeça
e lá no mundo da humanidade
insanidade normalizada 
disfarça-se todos os dias para bater o ponto e ir trabalhar
a máquina não para
a boca mastiga
mas nem todas
algumas rangem os dentes, apenas
corroendo o que se alcança
não gasta mais os dias 
deve os dias
debita na conta cármica
talvez paga noutra vida
mas se é só essa que é sentida na pele
e as outras peles?
algumas se roçam
se tocam
penetram de fogo
na água descansa
despertando de ar
com as raízes na terra
mas os sonhos, fantasias, delírios, loucuras, devaneios
são etéreos...
continua
ainda continua
e os anciãos? as anciãs?
fogo, água, terra, ar.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Espartilhos

É o desafio?
sim!
este posto a cada dia...

Mesmo na lembrança
nas dobras da memória
em cada vez que volto 
ou que adianto um passo.

Como encenar novos dramas
sem o artifício do ridículo?

Colava nas paredes os ídolos
pintava de vermelho o céu
mas a manhã acorda
o frio na barriga
na frente te olham
pela manhã é difícil ser eu mesma.

Definições e exigências
tentativas frustradas de controlar o tempo!
e ainda ter que passar a mensagem, comunicar...

Ai meus espartilhos!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Noites que nos despem...

Uma janela nos separa
dentro das paredes mofadas
do que há do outro lado do concreto
sincero parece ser mais do que o que existe aqui
por hora nada mais é tão visceral do que tomar café fumando cigarros
cinzas caem nos cantos da noite
sem saber das lembranças que se queimam
não importa a música que toca
se não te toca
toca-me de leve até a força da distância
escondia os dias no sono de criança
acordaria adulta?
talvez noutro sonho
noutra fantasia
esta aqui que me parece real
separa o meu do que é seu
por que a necessidade de possuir?
por que ao final desapegar?
desfaz o dilúvio de água aquecida
motor de fogo em entranhas
amortece o peso dos dias
transforma e ferve essa água
sopra um poema para o infinito
sem gritos
sem gemidos
contente contenha-se
cruza os dentes na língua
da fala reduzida aos outros
aos livros
nada tão original quanto a cópia revisitada
do passado empoeirado
de que somos feitos
pó de nós mesmos
obscurecimento intelectual renovado
poucos são loucos de mudar
normais de tentar
doenças, moléstias, pus cerebral
o céu de tão azul parece irritar
irrita-me de alegria
um desafio parece ser simplesmente respirar
mas o canto ainda não tomou forma nas palavras dançantes no ar
a matéria do sólido que quer mais matéria
solidifica num canto o ar?
impossível!
te disse, desiste
apanhava as flores só para recolher os espinhos
o perfume nos dedos retidos pela narina
entra na corrente sanguínea
mas quando morre
fede
vira verme de vermes
talvez noutra
em outra...
por que nesta é isso!
entende?

domingo, 21 de outubro de 2012

São os dias que nos fazem, repetem, divergem...

Atritos, entre risos e os conflitos
outras tantas mudanças
renovam o conhecido
olho para você outra vez
saindo para os lados
de dentro do corpo
ouço os ruídos
outrora escondidos
reverbera na pele outras peles
esqueci de dizer o seu nome
acho que me esqueci de quem era
ainda era o mesmo do ano passado
dos anos passados
alguns enterrados
na memória dos meus dias
voltando a cabeça para frente
sente toda gente
quanto calor aqui no sul do Brasil
outro nordeste morando lá atrás
soletra teu íntimo devagar
olha hoje ao espelho
vê estrelas?
morava numa confusão
comunhão do caos
com ecos ao vento
sempre vem o vento
leva para longe
trás de volta para perto
sacode toda dor
suava, a mão suava
segura, tão segura
porque colocas palavras
desconectas no lábio que beija?
tem outros interesses
outras pessoas
outras virão
o mar de tão intenso acalma
é tanto infinito
é tanto amor
limite de humana
transborda de dentro para fora
sua cara tão séria
alterada, nervosa
me digas uma estória de outra civilização
ouvidos são tão calados
surdos às vezes de si mesmos, até por dentro
sai da garganta o grito do nó que estava amarrando o peito.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Canto do amanhã

Nos passos que deixamos
vão ao longe nossos sonhos
lançando ao ar a direção
punhado de vento
corre dedos
deixa de mágoas livre o coração
os sorrisos da nova terra
vamos plantar de água em água
tanto mar, rio, cachoeira
quero também quem queira
já podemos mudar
as cadeiras de lugar
talvez lágrimas insistam em correr
molhar as durezas do Ser.


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Cada dia que deixo passar
sem colocar de fato
o que há em mim
vem outra
outra
outra vez outra
uma piada infame
conta uma história dolorida
de amor
mais uma vez o drama
vai embora de mim
me devolva a liberdade
deixe-me assim
não quero o apego
do desespero
de te ter
loucura por esses dias
já sinto o fogo
entranhas nas tuas mãos
tantas interrogações
não deixam gozar.

domingo, 14 de outubro de 2012

Apaixonada

A paixão está aqui dentro
acordada nos sonhos
na realidade dos dias
de vontades e desejos
devaneios de você e de mim
cores, texturas, sabores
qual o teu sabor?
o teu no meu?
uma inquietude me invade
me acelera
esquenta...
um vulcão de amor
amor com paixão
mas...
a contenção
dos corações rasgados
de dores de outros dias
dos prantos que já secaram
porque tão difícil viver?
desejos atropelam
não pedem
tatuam na alma
o que querem.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Amor

Um som forte veio de longe
chegou tão perto que se fez silêncio!
Antes era dúvida, se nem sim nem não.
Já não pegamos um na mão do outro
brilho do teu brilho, nossos olhos
Voltava no tempo e acolhia a mim mesma
acolhida do coração.
Se eu permitir amar
amor nascerá!

domingo, 7 de outubro de 2012

Ao fundo

O tempo dos novos tempos
será que se aproxima?
De fato, qual luz iluminará?
Em tempos de fim do mundo
intensifica-se os absurdos
tão, tão escuro!
Quem quer entrar na casa de Hades?
Dançar juntinho de Plutão?
Deixar Cérbero lamber os rostos?
Ver de perto o que assusta?
Sentir de fato a dor?
caiam as máscaras
caiam as farsas
caiam as amarras.
A luz só tem função no escuro!

no fundo do fundo pode-se sempre ir mais fundo.


Borboleta

Queria desprender-me de mim mesma, às vezes...
não importa o que mais importa
sabe esses dias em que pela manhã se vê o nascer do sol?
é isso!
ter aquele sorriso, este aqui que estou dando, sorrindo
enquanto escrevo.
Deixar de leve os pés andar
sem o peso dos passos cotidianos
sem o rancor do dever cumprir.
Borboletas encontram a liberdade na lagarta que um dia foram.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

bailAR


meus pés são dança, de água, deságua no chão
a água no canto do olho
a água no meio das pernas
a água sai da boca
a água de dentro molha
o pé aqui o outro ali
troca e renova
rebola
pulos, pupila
do olho, no olho
do outro o braço
no abraço que roda
a dança de dois
de mais de mil
ao som das notas
melodia
que denota, o teu no meu
o som do nada
aquele interno
sem escala métrica
rima conecta
solta no solo
o corpo de vida
deixa que o ar 
te leve a bailAR.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Da Dor

Dentro da dor
sensível ao corte
repouso calado, sem os toques
sem os sons, tons de preto, azul
e violeta
ao centro um clarão
faíscas
ou iscas?

Bebe de leve sua dor
pedia e cada vez
mais implorava
não faça dor
faça calor!

Fique quieta
agora!
vai, usa do dom
um fragmento inflama
concreto latejante
borbulha o ar em silêncio
trancado
quase sufocado.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Acalma

Daquele silêncio gritava o sufoco
soco no oco!
Nem santos, nem demônios
ambos habitam em mim!
dá voz a puta, a mãe, a irmã, a menina
mulher, bruxa, vampira!
Despida, vestida
amante de amantes!
Fria ou quente
atrai, repulsa
nada é o que parece
se é
é!
se não
não!
Grita de silêncio por dentro
acalma na calma
a alma.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ah...

Faltava...
era farta ao nada
esconde de dor o amor
foge, corre
o grito ainda sufocado
nem unhas, nem sangue
azul pulsante
vermelho de dentro, escorre, molha
agora solta, solta
nem olhos de alma
nem nada
ver ser
uma esquina da sua boca
aquela placa de contramão.

O último contraste
dias entre violões 
de sol em sol
colore, vai lá!
fagulhas
se separam no ar.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Do tempo II

Se eu confundir as horas com os dias
o que irá restar dos meses dos anos?
o último relógio estava quebrado
não marcava horas
não pensava tempo
era um objeto de si mesmo
parado no seu íntimo
curtindo seu ritmo
parado era e é seu estado de vida
objeto também tem vida
da natureza não é só a natureza
no concreto orgânico do discurso
aquele que corrige os movimentos
que infringe as regras
postas à prova
mas se eu não tiver calendário que me ancore
irei caminhar para ontem
num momento que amanhã se torne hoje
e assim será que encontro?
talvez o elo que desligue
minha agenda do seu compromisso
minhas noites tão claras
passadas com olhos abertos
até o primeiro grito do dia
sem um ponto para bater
sem um café para passar
mas quem sabe um cigarro apagar
vou aguar o asfalto
marcar de espinhos o caminho
porque de placas avessas
tão certeiras que não compreendo
qual o seu sentido.

Do tempo

Nas badaladas do relógio
meu cansaço se suporta
suporta a si cansado
agora esgotado
recobra a força
aquela que já fora um dia inteira
só que ao tempo cronometrado
me faço em pedaços
um tanto de dor
calor
amor
tem também outro tempo
interno enraizado
esse que me toca
guia sem linhas
nada de roteiros
pontos certos aonde chegar
só o ponto que há dentro
vibra no pulso
no ventre
sinto no sexo
latente.

Vermelhos intensos

Outros pontos de encontros
uma pulsação colorida
nada se consome por inteiro
nem no fogo
pois vira cinza
transforma sempre mais
desde fumaça em ar.

Canteiros de sonhos inteiros
matemática absoluta
dois com dois
três no meio
símbolos de ontem
viajam até amanhã
cada pedaço de céu
cada pedaço de mar.

Vermelhos intensos...

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Mente

Fluorescente, adstringente
contingente, gente
contente
descrente.

Entorpecente, inconsequente
delinquente, pente
dente
sorridente.

Epistemologicamente, erradamente
efusivamente, sente
doidamente
visceralmente.

mente
mente
mente
mente.
É tanta estrela
constelação
poesia borbulha na minha cabeça
os poros dilatam
saem de mim versos sem fim
concentra na lógica
razoável
que se esvai em um segundo
planos pros planos
não sou tão prática assim
caminho a pé
até o próximo ponto
espero o ônibus passar
finjo que perco
e deixo o som entrar
a pé mais um trecho
de um texto que não escrevo
enceno no tempo
entre cortinas de aço
palco concreto
duro dialético
conto os nós
reversos di/versos
volto pra cama
meus sonhos meus dramas.

Toda sua

Ponho de rosas o seu sorriso
no meu ventre te ligo
faço versos assim
tão mel
sei que vai
será que me tens bem
te quero sempre além
vem
vem
devora de amor essa dor
meu amor
cura comigo a ferida
sangra dor
beija-me
beija-me
nas noites de lua
toda sua.

E eu é que penso que sei
foi dada a última palavra
nada além mudará
salvo amanhã
talvez.

Auto engano eu também sei
um toque de magia
sentir a loucura
íntima
minha.

Não nego a sanidade
lucidez talvez às claras
tanto lixo que perturba
eu produzo 
consumo
não queria.

Tanta poética
fantasia
brinco de artista.
Ao som astral:
meu sol combina com tua lua?
esse papo é dos "novos tempos"
só que tão velhos...
ar, fogo, terra, água
um pouco de nada talvez
ou um bocadinho de tudo
um dedo do inferno de plutão
conjunto escorpião
vênus nua
tão crua.


Sossego

Uma xícara de café
companhia ao acordar
não tão só
se em paz comigo mesma
plena de si mesma
cheia de mim mesma
o vazio já não perturba
ou assusta
é sim a imensidão do universo
pouco compreendido
ao aceitar
sossego.

domingo, 26 de agosto de 2012

Nestas notas de um dia
voltemos para a beleza
aqui jaz a violência
esquizofrênica 
uns tão mais que uns
que apenas são 
e também vão
mas não sei para aonde
tão pouco importa
menos ácido nos teus lábios
frágil. 

domingo, 19 de agosto de 2012

Finita

Fazia de estrelas seu telhado
e de lodo o seu chão
nunca come
nem respira
devora
de dentro teu inferno
lamento
tristeza amarga
ferida
gostava de cutucar a ferida
sangrava e sorria
caminhou muito naquela noite
não podemos nem medir distâncias
entre becos
valas
pelo lixo
o cheiro era amargo
sentia-o na garganta
vacilava a cada encontro
com o outro
seu outro eu
outros eus
alguns roubaram-lhe a dignidade
esperança nem uma gota restou
era triste
sim
mas também era vida
o contrário da felicidade
habitava sua alma
como vencer a noite de seus dias
dizem que um dia dormiu
sem apagar as estrelas
na manhã que acordou
não se opôs ao nascer do sol
deixa pra lá
jogou fora a chave do quarto
plantou rosas e margaridas
pegou o estrume do que fedia
encheu de gasolina
larga de promessa
volta a fazer poesia
escreve na pele
impressa de dor
conheço teu medo
é medo
sombras
de um lado você grita
sabe-se finita.

O gosto

O melhor do beijo é a boca!
como saberei seu nome
volto ao passo que entrei
de dois em dois
um pra lá
um pra cá
senti meus pés na terra
o vento levanta a saia
emaranha os cabelos
pegaste na curva minhas curvas
me enrosca
te encosto
toco
um doce no olhar
te deixo solto no tempo
solta de pegar
leve eu te peço
leve-me
em dois tempos
do começo
para o fim
entre fins e começos
eternos avessos.


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

devolve
de riso 
o brilho
do olho
no olho
do olho.
Errante solitária
olha! lá vai a borboleta
tão segura no seu borboletear
ora pra cá, ora pra lá!
Caída ao chão
nem sei se um coração
o cérebro talvez
o ruído do trânsito
um frisson ao contrário
Ainda sonhamos
Ainda sonhamos
Ainda sonhamos
eis que acordados
todos nós nunca estamos
razão que realizo
nem mesmo a umidade
que vem de você
que vem das paredes mofadas
me faz recuar
os dias que tu busca a felicidade
esqueces de mim
de ti talvez
mas chamava em desespero calmo
por sua mãe
lá vem ela e o calmante
o controle remoto no sofá
tão macio que engole
me livra desta imagem
um copo d'água
por favor
mais água
quase o afogamento
saio ilesa
eu disse ilesa
talvez me iluda
e a lesão no córtex central
formal
moral
ouvi você dizer imoral
quando aquele que não conhecia
te pediu um trocado
você deu a esmola
pode pedir mais uma para o garçom
uma forte para acompanhar a fumaça
opa! lá vem ela
não é tão seguro
que pena
não oferece nada a ela
mas ela vai e dança
de mesa em mesa
talvez nem perceba sua existência
ou finge
sabe que as estrelas morrem
mas sua luz brilha e brilha
ainda
por muitas idas
mas ela já foi
as estrelas
incerto os relógios
digitalizando todo o tempo
em outdoors
e o ruído do trânsito
a fumaça de cada dia
entra no meu cérebro
sem minha permissão
invasão
o barulho se apossas de mim
sossega
difícil se eu sei que existe a britadeira
rangendo na construção da esquina
um quarteirão edificado
um a cada passo
tudo é tão imenso
e tão pequeno
ele pediu mais uma para o garçom
pra criar coragem
acha que encena
confia meu caro
esqueceu como se faz
se faz quando ela aparece
se fizesse
as escadas rolam para o mesmo lugar
mesmice este aspecto
vitrines enfeitam
porque alguém tira as marcas com álcool e jornal
o jornal de ontem
de um segundo atrás
tanto faz
entre um clique
e seu oi
tem uma distancia
tão grande
você na rede
fala a verdade
porque presente é tão difícil?
conecta e desconecta
vai fundo com ela
mas falta coragem
talvez a mãe traga outra pílula
quem sabe pra ela também
mas o ruído do trânsito na tua esquina
me deprime
passam as pessoas enlatadas
eu passo também
vocês não se entendem
e eu não tenho nada com isso
aquela outra música
não essa
essa é linda
arrepia minha medula
sinto o líquido
é água
na cabeça
podemos sonhar ainda?
talvez o garçom
talvez você
talvez ela
quando for a ação do dia.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Em algum lugar no hoje

Nas pegadas dos meus dias
vejo asfalto mais e mais
e mais e mais me afasto
do invólucro de concreto
porém perto.
Não vejo progresso
acima do terceito andar
lá se esconde o mar
penso como amar?

domingo, 12 de agosto de 2012

Forças da Natureza

Eras tu filha da natureza?
assim perguntou a velha da floresta
Eu sou filha do vento
carrego em mim brisa e tempestade!
Ando só, sedenta de paixão
penetro onde ninguém vê
não sou possuída 
levo em minh'alma sementes de liberdade
sou furacão! força que domina!
E você és tu filha da natureza?
assim perguntou a velha da floresta
Sou filha das chamas, sou fogo!
arde em meu peito a força que faz viver
aqueço, enlouqueço
labaredas dançam comigo
onde estou domino!
Serás tu filha da natureza?
assim perguntou a velha da floresta
Da terra eu nasci, filha do barro, da lama
dou sustento
sem mim nada fecunda
sou guardiã da vida!
alicerce que domina!
Doce criatura és filha da natureza?
assim perguntou a velha da floresta
A água é minha mãe
sou doce, salgada
dentro de mim nada me assusta
sou fluxo de vida
ondas dos mares, queda de cachoeira
pântano de segredos, lavo o mal
consagro o bem!
sou emoção que domina!
És tu natureza filha de quem?
assim perguntou a velha da floresta
Sou filha minha, sou mãe e rainha
sou o começo do nada
aquela que fere, mata
aquela que alimenta, protege
sou mãe das mães
sou filha das filhas
sou em mim a vida
sou a Natureza que domina!
a velha entrou na floresta
mais fundo e mais fundo
e lá ficou contente com as respostas
de toda uma vida, a sua vida que domina.

sábado, 11 de agosto de 2012

Pai

Quando menina
fazias tranças em meu cabelo
debaixo do pé de manga
contando-me sobre a vida
e escutando pacientemente
sobre meus sonhos
sempre ao meu lado
me mostrando a importância
de uma respiração tranquila
nunca duvidaste de mim
e eu nunca de ti
fez com que eu acreditasse em mim
e assim nasceu uma certeza
de que tudo que eu quero de coração
eu consigo
minha verdade é minha fé
aprendi a reconhece-la
a escutá-la e a seguir
me inspiraste pelo caminho
um pai
meu guia
meu anjo
te amo.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Indivíduo

Notas de uma canção de dor:
saí a noite a sua procura
me visitaram as lágrimas
não sei como fazer
não sei medir razão
tão pouco emoção
procurava a mim
verdade dói
me escondo em cada beijo 
ao me mostrar nua
são falhas de uma vida vazia
ou não, talvez crescimento
no segundo ato:
já na cama
pronta para os sonhos
fez roteiro de sua vida
e o que pensar se sair 
de seu umbigo
e entrar nas injustiças do mundo
na miséria que assola nossa espécie
és indivíduo 
também és coletivo
ora! Ser é algo que fere
ser eu é só o que posso ser
no terceiro ato:
agora adormecida
me diluo no negrume da noite
vou alcançar o impossível 
este sim me alimenta
gosto por demais do impossível
lá tudo é possível!
não vou contar o que vejo e por onde vou
pois também me agrada o mistério
depois do outro mundo
acordo
é o fim.
mas começa...

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Deixa pra lá

Deixa pra lá o que não é de cá
se cá não toca, dentro não afeta
deixa pra lá coração
sambando de lado
rodopiando ao violão
acende meu cigarro
esquenta a minha mão
deixa pra lá meu povo
agora mostra os dentes
não cerrados
desfila meu mestre sala
enche de luz minha porta bandeira
salve a passarela da vida
deixa pra lá passista.

Também humana por esses dias

Muitas misturas lá fora
não se irrite com meus sorrisos
sorria junto comigo!
Talvez chore, muitos choram escondido
e diante da luz do dia bravejam como leões famintos
sedentos pelo sangue alheio
deixem ela ir
dizem que precisa de paz
de espírito
anda oca por esses dias.
Eu escrevo apenas
não venha me julgar
o que vejo é o que é
mas às vezes eu confundo tudo
nada demais
também sou humana. 

sábado, 4 de agosto de 2012

O cheiro das palavras

O cheiro das palavras
perfume da fala
tão sutil
e ao mesmo tempo
penetrante.
Cheiro forte, suave
doce, acre, azedo
fétido, inodoro
do avesso.

Avesso aos teus erros
aos teus acertos.
Oh dual, mortal
quem me dera
num punhado de sol
dourar minh'alma
soltando palavras unas
que curam a dor.

Quanto ao espetáculo
do início do dia
as pétalas abrem
lágrimas secas
voltam a molhar
o brilho no olho
reflete o raio do horizonte
tão longe...
infinito
que posso tocar.

O perfume da rosa

Aquele cabelo ao vento
destoa com o cinza da cidade
assim como a flor do asfalto
mas nasce insistente a cada dia
a cada pétala de vida
um sorriso nu
um colo que protege
o teu beijo no vazio
alma e arame
na contramão do tempo
do vento que encontra o vestido
labirinto pro meu instinto
em que teu grito vibro
vem lua desnuda eu sua
tão estrela da vida sua
o raio cortou 
desde o céu até aqui
uma canção assim tocou
tanto sol
tanto calor
volta pra casa margarida
vestida de rosa 
tira teu espinho da espinha
da nuca tira o aço de cada dia.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A mulher do espelho

A mulher em frente ao espelho, contemplava a si mesma como sendo a última e única criatura terrestre. O olhar olhava seus olhos, fixo, duro, cortante. O olhar era seu amante. Pintou de vermelho os lábios, queria imprimir sangue em sua boca, no qual o batom se fez passar por navalha. Balbuciou qualquer som monossilábico fazendo o sangue percorrer, entumecido na boca vermelha. Era boca e olhos, inteira era ela nessa dicotomia separada pelo nariz. Não se pode dizer se era bela, quão subjetiva é a beleza, mas afirmo que era plácida sua vênus mais íntima. O olho desceu ao encontro do ventre, e mais abaixo fitou o sexo que há muito não era amado. Sem pudor nem dor, tocou-se como uma pianista, entregue ao som de si mesma. Talvez o tempo passou por horas ou apenas num segundo, no qual durou até a eternidade mais efêmera de prazer. Alcançou os pés não com mãos, mas com o olhar, agora cravado no chão, ela se fez terra, do ventre até os pés sentiu as raízes penetrarem o profundo solo que não vemos. Gargalhou com seu sangue escancarado, face rubra, mãos úmidas. Precisava manter o controle, acendeu um cigarro, tragada após tragada, voltou a ser amarga, dona de si. O sangue coagulou, o olho vidrou, seu sexo não mais molhou as raízes de seus pés. De novo era ela a única criatura terrestre dentre as milhares que também são e não. Limpou de água o sangue, boca murcha. De água chorou um olho, apenas. Estava virando madeira porosa, dura e oca. Oh, o ar balançou seu cabelo, de novo viva, pôs-se a dançar. Entre um balançar e um sacudir ela virou-se de costas ao espelho e percebeu um novo mundo surgir, de solavanco foi tirada do seu centro, seu precioso egocentro. Queimou por dentro, derreteu de fogo, quebrou o espelho e nunca mais foi vista.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Entre

Na decida central de mim
partilho o pouco que há em mim
o pouco do pó que é meu
partícula que faz você
seu nó no meu ventre seu
sangue que escorre meu
fecunda a vida minha
coragem do peito seu
suor do teu rosto largo
sorriso largo
preenche o dia
solta noturna
escancara de sol sua lua.

domingo, 29 de julho de 2012

Natureza

No mar, no mato
cheirando água doce
chorando água salgada
lavando de mar a alma
banhando de rio a alma
vestida de verde a selva
protegida pelo azul da vida
no qual o amarelo brilha
entre brilhos de prata
vibram o calor e frio de cada dia.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Curvas

Pois que lá vem ela!
Sem indiferença
as ruas de uma ilha
levam sempre ao mesmo lugar
sempre...
talvez as curvas
as tuas!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Cor/ação

Um espinho no teu passo prático
enfrenta a ventania dos teus dias
adulta ou menina
depois dos 30
até os 15
em meio aos 25
sonhos e fantasias
ação
um pouco de cor na ação.

São os outros

O dedo do homem aponta o outro
os versos escondem nas linhas
verdades e mentiras
o nariz apontado pra cima
agora cospe!
mas a propaganda é feita todo dia
marketing de esquina
vamos fazer a promoção do dia
troco os seis por meia dúzia
enquanto discuto o preço da gasolina
analiso a sustentabilidade orgânica
tão careta nestes dias
vou com os lábios pintados
pra ver se a cor acorda
dar corda
na orla
marola
ainda bem que o mar continua lá
ali na frente onde segue reto
sinto as ondas cá dentro
serenas
turbulentas.

Depois de tudo o nada

Depois de ontem o que me resta no hoje?
tudo e nada que as máscaras já não conseguem esconder
eu vejo você!
Além do sorriso amigo, além do aperto de mão
e o coração?
Nas ruas daqui ou nas do outro lado do mundo
tudo tão confuso, sujo
sujeira na comida
sujeira na barriga
mente você mente
minha mente claramente
pensamente
espertamente
mundos dentro de um só
tão feliz e só.
somente...

terça-feira, 12 de junho de 2012

Dia dos namorados

Pois que hoje há sol brilhante no céu
e dia dos namorados aqui na Terra
meus presentes para um pretendente?
vitrines que vendem amor à prestação
negação da sedução
sem namorado
sem contas no cartão.

Ninguém me trará flores
vinhos
doces
mel...
me enamoro de mim mesma
enquanto só!
Depois do dia e da noite
quem sabe
um outro amante
o mesmo porém distante.



segunda-feira, 4 de junho de 2012

a Lua e o Sol

há uma lua e um sol dentro de mim
aqui fora olho as estrelas
enquanto espero a lua cheia
o mar me mostra o infinito
infinito que é feito de A-mar...

não entendo muita coisa
ainda sou uma criança
que chora ao deitar
Soul mulher
também cheia de esperança...

um dia eu te vi
dancei
no outro te amei
como mágica me entreguei
e os riscos?
não temo mais!

os ventos te levam para longe
cada vez mais longe
tão longe do meu mar
do meu A-mar.




quarta-feira, 30 de maio de 2012

Extremo

Depois do juramento
veio a mentira
início de uma dívida
alguém passava com um perfume barato
impregnava no ar
um ar seco que ardia as narinas 
sangrava ao extremo
do outro lado da rua
esperavam
amontoavam-se
tantos cotovelos doloridos
antes da partida
o selo do beijo
tão frio quanto o olhar 
não se faz mas calor no olhar
naquelas paragens não se vê cor
um selo de adeus e nunca mais
a frieza que oprime o riso
tranca o grito 
no palco uma cena de sexo
trepam as posições antes ensaiadas
não há gozo
não há fingimento
prazer em te conhecer
foi bom pra alguém?
a plateia fica muda
de êxtase?
de letargia?
os extremos...

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Pra quê poesia?

Não tenho mais vontade escrever poesias
minha inspiração divina anda meio falida
meio apenas!
Tenho pensado em sentir
ando sentindo o pensar.
Sabe que o quê ocorre no mundo 
seja bom ou ruim 
já não me afetam assim
minto agora!
ainda afeta, ah...
Outro dia olhava o céu
hoje também
as estrelas não mudaram de lugar
a lua começou agora a sorrir
mesmo edificando sonhos 
num nevoeiro
toco uma pedra
aquela que dá sustento
dá verdade
ao ato de sonhar
acordo com os olhos serenos
antes inquietos
inquieta com o mundo
com lá fora
e cá dentro como está?

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Nada de óbvio no ontem
hoje no novo cala
ando conforme o amanhã
que o ontem e o hoje e amanhã é nada!

Sons do vazio

Os sons do vazio
nada dizem de novo
sim o silêncio fala!

Nada que eu já não saiba
porém esquecida 
cambaleio de lá pra cá...

Ventre, falo
toque, fala
muda, o toque fala.
Nada de ontem no hoje
convencerá que há amanhã
nada que vago é tudo
sempre que o rito
do óbvio se vê
valerá a água de dentro
nutre a vida aqui fora
nada de amanhã
agora
nada de ontem
agora
tudo é agora no hoje.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Agora voam os mundos em segundos
mistura o que é novo ao antigo cinza
das paredes o mofo
dos prédios o concreto
uma sombra no asfalto grita
sob o sol do meio-dia frita
nada mais espera além do terminal
uma esquina minha cruza na sua
pegada na areia branca da praia
avisto o horizonte longe das buzinas
recolho no teu colo a flor
encolho no asfalto a dor.


sábado, 28 de abril de 2012

Vinho e cigarros
leveza e colorido 
falsa harmonia 
para dias de chuva
para o agora 
realidade cinza.



A mata

Outros tragos
rasgos que trazem com a chuva
fria, úmida
seu sentimento gelado
meu sentimento calado
não ouso olhar pela janela
soul o sol escondido
a curva do ombro que beija o umbigo
trago os estragos
assim como as florestas
os mares
restingas
águas em luto
verde musgo
o cinza de hoje
clama pelo azul do futuro
não mate a mata
ame a mata
proteja a mata
respeite a mata
sagrada mata
antes que mata
a mata mata!

Melancolia

O cinza do céu
numa tarde fria
embalo da melancolia
introspecção involuntária
dor de nada
um meio sorriso
em meias palavras
meias verdades
não mais satisfazem
o sol esconde-se
densifica o ar
de tão leve
agora é ferro
pesa sobre ombros
range a nuca
nunca deixo 
nunca vou
nunca o cinza passa desapercebido
nem o fulgor do sol
é tão intenso em alegria
quanto o cinza na melancolia.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Sensibilidade alucinógena
que tempera, arde e fere entranhas
rasga com unhas, sangra com dentes
riscos, risos
uma flor nasce.
Brasas jogadas ao povo
que as colhe como algodão
tecem suas vestes
que queimam a espinha
o conforto suave
esconderijo das chagas
queimadas
amortecidas.

São as ondas do mar

As almas são todas gêmeas
isso não quer dizer que sejam iguais
na diferença é que há o reconhecer
serão então iguais na diferença?

Alguns deixam o papel de controlador
o controle não há
tal atitude dá nó na garganta
dói o peito, enxerga o vazio

Lanço-me para o agora
porém agora, o passado
e o futuro me vizitam
percebo a tênue linha
que leverá a libertação

...entrego-me em teus braços
perco-me no tempo no seu abraço
lanço ao fogo uma caduca
moralidade que me assombra (não mais assombra)
projetada no outro
algo que é meu, aceito.

O desejo é uma jaula
de praser que ergui
pra me proteger
e agora é liberdade
ou fuga de viver?

De um lado o medo
noutro a confiança
no mesmo mar
da morada de amar.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

As pedras também sonham

Um dia te permito ser feliz
hoje poderá ser o começo
mas você engana-se ao pensar
que tem as respostas...
ninguém as tem!
observava as ondas
elas se repetem na sua diferença única
moralismos, dívidas, culpas, carmas
nada disso importa
o real valor do dia está na entrega
no não pensar
no agir
meus ouvidos ainda se zangam
minha mente cambaleia de lá pra cá sem nada entender
mais algo tá falando mais alto
sentindo aberto...
poético.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Basta Ser!

Acerto no teu peito 
o meu você acessa
são tantos os que sabem
doutores de faculdade
o transcendental iluminado
formado por livros amontoados
mofados
poeira que não cessa 
sistema que não cai
vida cadê você?
fugiu?
não me lembro como era a vida
e o que é vida?
valores?
agora canto pro meu coração 
basta Ser!

Ligação

Há uma distancia entre a cabeça e o coração
entre o ventre e o pulmão
longe também estão o pé e os dedos das mãos
distancia imaginada porque o pé também é coração
é a sola que aterra que gera a conexão
entre a mente e o tempo em expansão.

Sementes

As badaladas do relógio
revelam a hora da dormência
um que de demência,
normose e decadência!
cada ponteiro aponta o limite
setas saturninas que dançam
em círculos que contém o vácuo da vida
vazia experiência que de tão cheia de quinquilharias
faz a matéria apodrecer sob o sol
sob o dia
anoitece também na casa vizinha
mais um jantar, mais um chá
mais tela que esvazia
dormem as crianças
por quem não faltam esperanças
um mundo melhor
seria um belo acordar
um acordo?
um belo sorriso para espalhar.

Paciência

Os dias falam de espera
paciência
será estar em paz uma ciência?

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Cor-ação

Vamos mudar o mundo
hoje o que tiver ao alcance
e sempre hoje o que puder mudar
e somente hoje pode acontecer
d'o mundo mudar
podemos nos organizar
mas mudar somente hoje
hoje a diferença
hoje não mais a indiferença
ação do dia-a-dia
cor-ação!


Caminhantes vão
sabes que passas
por entre ruas que não são suas
entre passagens te vejo
te beijo
teu cheiro
já não corro
já não fujo
...

terça-feira, 10 de abril de 2012

Uni-vos!

O poeta perdeu o bonde
pra revolução!
Enquanto se despia
o povo se unia
alguns teoria
outros apenas seguiam
havia um líder
havia uma multidão
ninguém sabia o que viria no outro dia
o poeta olhava pela janela
sem saber também o que viria
eram unanimes na mudança
sem saber qual
o poeta queria apenas Ser! único, original
ou quem sabe uma cópia um pouquinho mais bem acabada
como havia perdido o bonde
foi a pé correndo se juntar à revolução
ali todos se igualaram
venceram!
derrubaram o velho sistema caduco
abria a porta para o novo mundo
e ainda assim muito trabalho estaria por vir
derrubaram um sistema
um capitalismo febril
doentio
e agora o que fazer de novo?
havia uma massa comandada por um líder
a massa fez a revolução mas ainda massa
faltava-lhes se revolucionarem de si mesmos
abandonar os líderes
o poeta pensou:
é necessária outra revolução!

sábado, 7 de abril de 2012

Ritos

No dia do juízo 
que seria isso?
um momento na história
em que a loucura seria banida?
no final um alívio
celeste descanso
num eterno engodo
que contam para as crianças
menosprezando sua sabedoria
há quem tem fé no julgamento dos ímpios
e dos escolhidos
pregam à cruz a salvação
não entendo essas coisas não!

Dores do mundo

De todas as dores do mundo
dói mais a do meu mundo
que por ironia
cabe o mundo todo dentro.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

agora é moda juntar as mãos em sinal de gratidão, mesmo sem saber o que é perdão, imagine toda a podridão escondida nessa aberração, não digo que sou tão pura, que sou luz, que sou guia, não digo que sou trevas, que sou ego, que sou sombra, digo que sou completa, que sou nua, que sou trevas, sou sombra, chama de luz, aquela flor e espinho. porém completa na incompletude que é a vida, essa que me fere, que rege, que alegra tbm a ferida. que imensa escuridão, tão necessária pra nascer a luz, tão óbvia em seus esconderijos de falsos sorrisos. ó noite que seria do dia se não fosses tu!

Penumbra

Andava de braços dados com a desilusão
tanto sofrimento
coração em chamas
qualquer sorriso pra si era perigo
um atalho
um desvio
outros vieram
arrancaram espinhos
plantaram flores
vieram espinhos
outros
novos sabores
entre olhos
mãos
pele
aquele era você
aquela não era eu.

Arte de Willian Turner

De dentro!

Nunca mais
quanta mentira acima
nunca é tanto pra nada!
Recuar às vezes
desviar
mas sempre atentar
atento ao chamado
de dentro!

terça-feira, 20 de março de 2012

Efêmera

Queria meu coração aquietar
quieto!
Sons ao ouvido
ruídos
sussurros
volto os olhos pros teus
sabe que eu ainda sou tão
efêmera...

segunda-feira, 19 de março de 2012

Algumas setas

O mundo anda tão pequeno
quando percebo já conecto
minha dança no teu balanço
que conhece aquele velho amigo
aquele abrigo, de guardar doentes
não sei o que acontece
juro que não é culpa minha
algo é mais forte que nem sei o quê
nem o por quê
sei que sentirei apenas
de agora ao novo
meu rumo
é sem metas
algumas setas.

quarta-feira, 14 de março de 2012

versos soltos vagos

Cada espaço que separa o tempo
vai socorrendo o que há de mais sagrado
por dentro dos dedos
que correm soltos
pelas teclas que não
mais satisfazem as ânsias
das mentes novas
viajantes de adrenalina
que buscam em sons
de neblina
a companhia
para sua sede de rebeldia
que contempla
nas almas sensíveis
os sonhos
de mundos felizes
qual o ódio que amarga
a boca
da língua áspera nos dentes
dói o compasso
apertado no peito
dos descontentes
que ainda brigam
por pertencer
ao grupo
daqueles que
dizem
que por último vem o sorriso
escondido
atrás dos dentes cerrados
de ira
de inveja
insana melancolia
dos rios
mares
lagos
piscinas
em que muitas
vidas
nadam
nada fazem
por medo
da onda
do remanso
do calmo
fingido
espelho
de água
que mostra
a cara lavada
da alma espantada
vinda de outras vidas
para esta Terra
para neste lugar
hora
exato
tempo de fazer
sua história
a única que será
se não for
o vão de em vão tentar
negar a si
o direito de amar
de em fim
trazer a luz
um destino
escrito em estrelas
daquelas que nascem
quando choram mães
e bebês
quando arrebentam tetas
de noites claras
mal dormidas
sofridas
por tantas e outras
que incalculáveis nem sei dizer
quanta fumaça
jogada no peito
batendo por dentro
o escuro da muleta
que acesa nos dedos
amarela o siso
que enferruja o sorriso
afasta o moço
aquele da fonte
das moedas e festas
das noites
dos becos
dos restos
dos trapos
do príncipe ao sapo
conexão desconexa
de ventos e sopros
uma voz me dita
soltos
versos
em frases
faço deste poema
um vômito apenas
de vagas lembranças
de nem sei bem
quem me dera
pra lembrar
basta memória
quem me dera a
História explicar
aonde começa
o dado que foi lançado
para o jogo
que nos resta
tanta gente confundindo
o real e o umbigo
violas e vozes
velando o sono
de anjos caídos
homens e mulheres
entre telas e satélites
dormem em mente
aquilo que impõe
no dia do batente
a fio continua
a espiral não é nula
se não paro
vou afundar o teclado
com meus dedos
ávidos por versos
soltos
vagos.

Infância de minha vida

Ciranda de minha infância
subir no pé de manga
no olho da árvore majestosa
tecia meu trono de rainha
minha brincadeira ia
além do que minha mãe via
meu pai na sombra da árvore
escutava o que eu seria depois de menina
eram sonhos tão vivos
que desenhavam meu destino
ao som dos pássaros
meu coração não conhecia o que era temido
medo não me alcança
criança usa sua própria dança
meu amor era infantil
aquele que só recebe
da mãe a educação
para ser moça bem comportada
sempre dentro do portão
do pai sempre carinho
bem mais atenção
hoje recordo dos tempos
aqueles que já não voltam
sou outra porém a mesma
procuro outra árvore
pra fazer outro reinado
pois o velho pé de manga
ficou lá no cerrado.

Coisa de menina

Florzinha matutina
regada de poesia
cheira a café preto
decote que mostra o seio
vai até o lago
do sonho do outro lado
aquele que na noite veio
escorrendo seus segredos
mistérios se ondulam
formando marés em altos mares
bruxinhas que moram na ilha
aquela que diz ser cheia de magia
regala quem te vê passar
molhando a beira da saia no mar.

Melado

Melado de cana 
doce que te quero
na tapioca branca
na manha que chega
pra alumiar o que era noite
aqui na aldeia.

terça-feira, 13 de março de 2012

Balanço

Por onde você anda?
procurando outras danças?
outra saia que balança?

Anda nas mesmas ruas
que eu passo os meus
passos todo dia?

Eu mudei de ares
respiro outros lugares
o oco do sufoco evapora!

Ainda danço na esquina
balançando junto à sinfonia
esperando sua companhia

Fazendo rimas para todos os dias!

domingo, 11 de março de 2012

Nasci

Carregada de ilusões
pulsões
canso de tanto bater
cabeça e parede
cara e chão.
Rasgo a carne do peito
agora tô há procura
dos espinhos
é tanto sangue
aqui dentro
por fora não sei o que há
é tanto oceano pra afundar
lama pra chafurdar.
O caos me invade
não lembro onde
comecei isto

lembrei: nasci!

Sensibilidade alucinógena

Sensibilidade alucinógena
que tempera, arde e fere entranhas
dói o risco de morte
antena que não sintoniza
sozinha confusa
um turbilhão na garganta
o tempo, os segundos
tudo ilusão
loucura na escuridão
lua cheia de fantasias
encanta os sonhos de menina.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Fêmea

Silhueta de lua
mulher nua
cria, a cria que é sua

Resiste 
insiste
persiste

Vênus!
que cheira beleza
balanço
gingado 
faceira

Guerreira!
ardente na luta
sangra
em ciclos fecundos
transmuta

Bruxa!
cuida, cura
Lilith, intensa
natureza crua.

Estátua babilônica em terracota atribuída a Lilith de 1.500-2000a.C





segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Bom mesmo é viver com V!

Tem tempestade no peito
agora calmo
brisa suave
mas ainda é tempestade!

Sonhos em ventos
salgado aquele gosto
é o mar!

E elas
mães 
putas
donzelas

Gostoso é o vento
soprando de leve o rosto
o corpo todo.

O dia brilha
mas também é cinza
a noite é escura 
mas brilha de estrelas e lua.

Tempos que evaporam
tempos de sossego
a madrugada dos tempos
o sol nasce!

Espaços não ocupados
espaços super lotados
chuva e lama
e a moça na cama
esperando que ele venha...

É uma comédia essa colmeia
prazer são os dramas!
Uma gota de sangue na garganta
com os dentes cortando pulsos
e o coração em pulos!

Abre uma senda 
no meio da testa
muitos já falavam que estava escrito na testa!

E o umbigo que é o centro do mundo
e o nariz que é paisagem que descansa o olhar
é! como é bom esse blá blá blá!

Arte de Audrey Kawasaki













quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Prêmio

Um tanto assim de textos pra ler
outro tantão pra escrever
tanta palavra pra dizer
mesmo sem saber porque
verborragias todo dia
para a noite elucubrar
tanta cabeça
martelando
o prêmio que quer ganhar.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Deixar ir

A visão vai além de mim
sofrimentos inúteis
de um querer
que não mais quer
interesses diferentes
a cada instante
meu olho no teu
sendo que já não é
nunca foi
triste ilusão
mas algo prende a atenção
mistérios que a noite guarda
anjo da guarda
fortaleza
correnteza
saiu de dentro um suspiro
alívio
sabe que eu penso
que a luz brilha no escuro
certezas de dúvidas
falsos profetas
porque escrevo o que não presta
e o que presta
além do que há aqui
agora
agora é hora
de deixar ir.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Pimenta

De versos de amor
que rimam com dor
ora pra quê tanto horror?
dor e amor
tão previsível
que já cansou
mudo as rimas
amor agora é alegria
amora vermelha
pimenta ardida. 


A poeira um dia cansa
e somente pó fica.

Amor e ódio sem fim

A pintura se desfaz
entre um sorriso e um grito
os traços que eram perfeitos
humanos
apenas
algo no hálito quente
entorpece
endurece
molha
a pele
o vidro está quebrado
os cacos
ferem as mãos
sangra sangue vão
por pelos
poros
os olhos
a pupila dilatada
o fogo na garganta
ânsia
maldita música de amor
embalo falso do compasso 
do passista
musa dionisíaca 
Afrodite de quinta
a quinta
quina na testa
cega
lúcida 
renúncia
a carne pulsa
veneno contra o tempo
os ratos 
os becos
os bêbados
tanta liberdade
por pouca compaixão
ainda há coração
no cérebro falta emoção
plásticos 
rostos
quadrados
o outro lado
do mesmo disco
escuto e repito
por fora 
por dentro
no meio 
o medo
anseio
aperto
as asas
abertas ao voo
tanta tolice
não sai do chão
voar é leve 
cimento
cinza
arrastam vidas
fantoches em piscinas
peixe no aquário
pássaro em gaiola
por dentro uma força
que quebra todas as portas
sem disfarce
sem regras
entrega
a fera é liberta
adentra a floresta
lama
lodo
a pureza
dos dias de sol
encontra
o mistério noturno
todo dia é assim
somos assim
um misto
de amor e ódio sem fim.


 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Falta pão na ilusão


Outros capítulos foram escritos
aqueles velhos tratados
merecem enfim
serem amados por traças
deixem as larvas!

O poder do papel
que não há mais lastro
mentira dividida
dívida
vivida

não se entende nada de economia
tão pouco de poesia.



terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A-mar

Vai aonde teus passos te levam
aonde teu coração sorri
vá com asas na mente
da boca palavras doces
querem sair
respira o ar
à beira do mar
lá ninguém é tão finito
posto o infinito
o oceano
imenso a-mar

Cibercontato

Velocidade ao toque de uma tecla
você me deleta?
Sensíveis são as telas dos pc´s
aonde eu toco você!
Socorro ninguém nos vê
encontros na rua
pra quê?
Falamos em linguagem fria
corpos cibernéticos de prazer
ninguém quer saber de estrelas
lua e cometas?
Alguém ainda se encanta?
No toque suave da gaita dança?
Uns beijam nossos retratos postados de quatro
num mundo montado.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Animais

Gado teu pensamento é de rato
difere a ameba que te encerra
voo mais alto que pombos
codornas a tua espera
besouros também são santos
andam os bodes em bando
lagartixa salta na piscina
o sol queima o caramujo
a lesma que te habita grita
a leoa que rosna cheira a cria
o verme no seu ventre mente
a pulga no coração irrita
entopem de minhocas as veias
o homem na cabeça pira!

Eu, nós, tudo

Teu respirar conjugando verbos 
com meus sussurros 
uivos noturnos
o eco das estrelas 
sobre nossas cabeças
a coruja sabe
a águia vê
o céu é o nosso teto
enraizados estamos na terra
fogueira de tentações
lavada pelas calmas águas
o ar entra em nossos pulmões 
nos faz viver.



domingo, 29 de janeiro de 2012

Agora é

Aquela que não sou
rouba um beijo teu
faz feitiço de amor
adoeceu.

ela já não é
canto da sereia
que te quer!

já não quer 

o corpo
o abrigo
o perigo

aquela que não sou
agora é!

plenitude
transparencia
de mulher.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Noite de chuva

Hoje a chuva veio e com ela o apagar da luz
acendi velas!
não dancei como queria
ria
dancei sozinha
nua
dancei parada
dancei por dentro
cabeça tranquila
o cérebro tá começando 
a pensar com o coração.



domingo, 22 de janeiro de 2012

Netuno ferido

São dias infinitos que habitam o meu peito
solitária viajante nesta condição humana errante
vou com fé
porém tá doendo
dor intangível
que grita por socorro
salvem-me
salvo a ti
mentira!
não há salvação
aceitação!
dói, dói
cacos feridos
de uma alma 
rebelde
entregue
tudo que me cerca me afeta
sonhos
realidade
não diferencio
ordem e caos
corda bamba nas noites
em que te procuro e não te acho
chega desta angústia no peito sem fim.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Ode ao moço da cidade

Ele um moço da cidade que sonhava em viver no sertão,
tomar banho de rio, fogueira no chão,
ao som de uma viola
quando a lua chora
escuta os antigos
atento aprende
histórias e prosas
um trago de cachaça
se abre em risos
o firmamento estrelado
agora é seu abrigo
lembra da moça
aquela da saia rodada
margarida no cabelo,
inocente cabrocha
que exala perfume de mato
que embriaga o macho
mora na roça
não foi a escola
é beleza selvagem
pureza de fêmea
indomável donzela
não é possuída por homens
se entrega plena
numa tarde serena
foram um do outro e apenas
ficou a lembrança
da barba roçando entre coxas e segredos
soa a viola que chora
um gole amargo de cana
pro amigo do mato
e um paiero em brasa
faz fumaça
nunca mais cidade
a sina reencontrar a rapariga
por entre veredas e cantigas
poder novamente sentir sua barba nas carnes macias daquela menina.


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Dois

Era distante, porém, continuavam juntos, o coração mantinha-se presente. Eram dois, são um. Ninguém sabe o que se passa no seu interior, ela tenta intensamente desvendar-se. Ele a observa, se observa, ninguém se mantem como era. Noites e dias são lua e sol, ela não sabe se vai se casar ou comprar a tão sonhada bicicleta, mas recebeu um conselho, que o melhor é fazer os dois! então decidiu: "casarei num passeio de bicicleta". Ele tem dúvidas, tal como ela. "Ih! eu cresci, casar, bicicleta, porra que zorra é essa?!" Eles complicam, simplificam. Assim quando um vai outro vem, e nesse percurso se encontram...
Teve um tempo quando eram crianças e ainda não se conheciam, sonhavam um com o outro. Ou eram outros? O passado tá repleto deles, delas, belas e feras. Fantasiam um futuro, o prícipe e a princesa. O presente os surpreende, são humanos, feminino e masculino. Yin e yang, tão real quanto a fantasia. Ah! o beijo, aliança eterna da ternura que os cerca. Ele segurou na mão dela.

É simples

É simples. Amor é amando.
É simples. Respeito é respeitando.
É simples. Liberdade é libertando.

É simples. É acordando.
É simples. É criando.
É simples. É descomplicando.

É simples. Aceitando.
É simples. Abençoando.
É simples. Acreditando.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Batom vermelho

Eita bicho esquisito
aquele que é humano
dá vontade de descer do mundo

Vomito palavras
minha boca está amarga
serena e tempestade
na brisa e no furacão
desligo agora meu sorriso
é mentira eu sou alegria
a barriga tá cheia
a cara lavada
insatisfação
indecisão
será amor?
porra!
lambusa
chupa
enxuga
de noite eu sonho
o dia em devaneios
a carne treme
os nervos tremem
taquicardia
vou voar por aí
aquele batom vermelho
reflete no espelho.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Dor em alegria

Há um imenso desconhecido que habita em cada ser
cada vida, cada pulsar, saliva
teve um tempo que nos ensinaram a temer
medo, escuro, distúrbio

Tem luz acendendo por aí!
Ascende!
o monstro nem é tão feio
nem somos infantis assim
a pureza das crianças essa sim!
eu quero abraçar meus amigos
eu amo tanto, tanto...
é infinito

Alquimia de cada dia transformar dor em alegria.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Uma poesia de amor

Sentimentos já não sei explicar
cansei de entender
sinto por você
liberdade de te querer
quebro regras 
regrada não sei ser
quero tanto um tanto de não sei o quê
algo leve
o olhar
o som
o gosto
o silêncio
a pele
a presença
também a ausência
eu ainda travo uma batalha
com aquele ego que quer possuir
sou eu, é meu
deixo os controles de lado
estou ao seu lado
no caos
na ventania
te quero bem 
me quero também
confusa?
acho que fui
sou
eu tenho amor no meu peito
que vence todo o medo
ainda sonho...



terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A gota

Sabe esses dias em que parece que nascemos de novo?
algo no olhar que muda,
muda o lugar
que ainda é o mesmo
palavras são fortes
pensamentos são fortes
ações são revoluções
se assim quiser
tira o copo do lugar
encha-o até a boca
cai a gota
qual a diferença entre a gota e o oceano?

Alex Grey

Veneno e cura

Eu furo a melancolia escondida de outros Deuses, os que ainda dançam e voltam ao espetáculo das Deusas. Vou saborear cada arrepio enco...