Ele um moço da cidade que sonhava em viver no sertão,
tomar banho de rio, fogueira no chão,
ao som de uma viola
quando a lua chora
escuta os antigos
atento aprende
histórias e prosas
um trago de cachaça
se abre em risos
o firmamento estrelado
agora é seu abrigo
lembra da moça
aquela da saia rodada
margarida no cabelo,
inocente cabrocha
que exala perfume de mato
que embriaga o macho
mora na roça
não foi a escola
é beleza selvagem
pureza de fêmea
indomável donzela
não é possuída por homens
se entrega plena
numa tarde serena
foram um do outro e apenas
ficou a lembrança
da barba roçando entre coxas e segredos
soa a viola que chora
um gole amargo de cana
pro amigo do mato
e um paiero em brasa
faz fumaça
nunca mais cidade
a sina reencontrar a rapariga
por entre veredas e cantigas
poder novamente sentir sua barba nas carnes macias daquela menina.
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