sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Ode ao moço da cidade

Ele um moço da cidade que sonhava em viver no sertão,
tomar banho de rio, fogueira no chão,
ao som de uma viola
quando a lua chora
escuta os antigos
atento aprende
histórias e prosas
um trago de cachaça
se abre em risos
o firmamento estrelado
agora é seu abrigo
lembra da moça
aquela da saia rodada
margarida no cabelo,
inocente cabrocha
que exala perfume de mato
que embriaga o macho
mora na roça
não foi a escola
é beleza selvagem
pureza de fêmea
indomável donzela
não é possuída por homens
se entrega plena
numa tarde serena
foram um do outro e apenas
ficou a lembrança
da barba roçando entre coxas e segredos
soa a viola que chora
um gole amargo de cana
pro amigo do mato
e um paiero em brasa
faz fumaça
nunca mais cidade
a sina reencontrar a rapariga
por entre veredas e cantigas
poder novamente sentir sua barba nas carnes macias daquela menina.


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