quarta-feira, 30 de maio de 2012

Extremo

Depois do juramento
veio a mentira
início de uma dívida
alguém passava com um perfume barato
impregnava no ar
um ar seco que ardia as narinas 
sangrava ao extremo
do outro lado da rua
esperavam
amontoavam-se
tantos cotovelos doloridos
antes da partida
o selo do beijo
tão frio quanto o olhar 
não se faz mas calor no olhar
naquelas paragens não se vê cor
um selo de adeus e nunca mais
a frieza que oprime o riso
tranca o grito 
no palco uma cena de sexo
trepam as posições antes ensaiadas
não há gozo
não há fingimento
prazer em te conhecer
foi bom pra alguém?
a plateia fica muda
de êxtase?
de letargia?
os extremos...

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Pra quê poesia?

Não tenho mais vontade escrever poesias
minha inspiração divina anda meio falida
meio apenas!
Tenho pensado em sentir
ando sentindo o pensar.
Sabe que o quê ocorre no mundo 
seja bom ou ruim 
já não me afetam assim
minto agora!
ainda afeta, ah...
Outro dia olhava o céu
hoje também
as estrelas não mudaram de lugar
a lua começou agora a sorrir
mesmo edificando sonhos 
num nevoeiro
toco uma pedra
aquela que dá sustento
dá verdade
ao ato de sonhar
acordo com os olhos serenos
antes inquietos
inquieta com o mundo
com lá fora
e cá dentro como está?

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Nada de óbvio no ontem
hoje no novo cala
ando conforme o amanhã
que o ontem e o hoje e amanhã é nada!

Sons do vazio

Os sons do vazio
nada dizem de novo
sim o silêncio fala!

Nada que eu já não saiba
porém esquecida 
cambaleio de lá pra cá...

Ventre, falo
toque, fala
muda, o toque fala.
Nada de ontem no hoje
convencerá que há amanhã
nada que vago é tudo
sempre que o rito
do óbvio se vê
valerá a água de dentro
nutre a vida aqui fora
nada de amanhã
agora
nada de ontem
agora
tudo é agora no hoje.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Agora voam os mundos em segundos
mistura o que é novo ao antigo cinza
das paredes o mofo
dos prédios o concreto
uma sombra no asfalto grita
sob o sol do meio-dia frita
nada mais espera além do terminal
uma esquina minha cruza na sua
pegada na areia branca da praia
avisto o horizonte longe das buzinas
recolho no teu colo a flor
encolho no asfalto a dor.


Veneno e cura

Eu furo a melancolia escondida de outros Deuses, os que ainda dançam e voltam ao espetáculo das Deusas. Vou saborear cada arrepio enco...