quinta-feira, 25 de julho de 2013

Não lembra?

Algumas palavras pintadas de nada
após o último soneto romântico
dizem silêncios ruidosos
segredos que moram
há tempos nos corações
alguns desses vagueiam
por horas a fio
horas de eternidade
não sei como cabe tudo isso em um coração
como medir o eterno?
que eu me lembre não lembro de nada!

terça-feira, 23 de julho de 2013

Riscos pintados

Os riscos pintados lado a lado
couberam sementes nas folhas de papel
uma fecundação de letras
retratos traçados entre a tela e a tecla
da mente e o coração
o que sai da via
respiratória companhia
um filete da esfinge
ressoa a balança
aritmética dos nossos
exatos passos.

 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

uma passada na rua

O olho do outro lado
do homem
observando por dentro
o lento
absorvendo o frio
da rua noturna vazia
naquela esquina a mulher de azul
dançava para nada e ninguém
o olho do homem não era
capaz de captá-la
nem por segundo de tempo
outro olho de longe
viu bem de perto
o corte na orelha dela
quanto fragmento de veneno
consta nas velhas contas passadas
afogadas de pó em pó
qualquer regresso revela
a volta
o revirado do estudo
dos atos
dos passos
no franzir da testa
largou definitivamente
os cigarros.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Amores anônimos

Recorda-se daquele dia
em que flores caídas
deixavam o perfume
no caminho?

Não pensa que esqueci!
ainda ontem beijei o ar
só para te amar
leve assim, simples.

As sonoridades das vogais
deixadas ecoando no espaço
solto pelos espasmos
dos nossos encontros carnais...

Rolava os dedos nos cachos
cabelos, pelos e entre.
Um convite? talvez!
Uma surpresa? Sempre!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Amor é água!

Olha aquela pedra
que de tão dura 
não chora. 
Ame-a! 

Amor é água!

Todas as formas de amar

Ah! o que fazes de amor?
são fases do amor
a troca do toque
o riso na boca
que fazes tu ao amor?
dar num salto de largar
mil seres te esperam 
em mais de mil possibilidades
todas as formas de amar.

Veneno e cura

Eu furo a melancolia escondida de outros Deuses, os que ainda dançam e voltam ao espetáculo das Deusas. Vou saborear cada arrepio enco...