quarta-feira, 14 de março de 2012

versos soltos vagos

Cada espaço que separa o tempo
vai socorrendo o que há de mais sagrado
por dentro dos dedos
que correm soltos
pelas teclas que não
mais satisfazem as ânsias
das mentes novas
viajantes de adrenalina
que buscam em sons
de neblina
a companhia
para sua sede de rebeldia
que contempla
nas almas sensíveis
os sonhos
de mundos felizes
qual o ódio que amarga
a boca
da língua áspera nos dentes
dói o compasso
apertado no peito
dos descontentes
que ainda brigam
por pertencer
ao grupo
daqueles que
dizem
que por último vem o sorriso
escondido
atrás dos dentes cerrados
de ira
de inveja
insana melancolia
dos rios
mares
lagos
piscinas
em que muitas
vidas
nadam
nada fazem
por medo
da onda
do remanso
do calmo
fingido
espelho
de água
que mostra
a cara lavada
da alma espantada
vinda de outras vidas
para esta Terra
para neste lugar
hora
exato
tempo de fazer
sua história
a única que será
se não for
o vão de em vão tentar
negar a si
o direito de amar
de em fim
trazer a luz
um destino
escrito em estrelas
daquelas que nascem
quando choram mães
e bebês
quando arrebentam tetas
de noites claras
mal dormidas
sofridas
por tantas e outras
que incalculáveis nem sei dizer
quanta fumaça
jogada no peito
batendo por dentro
o escuro da muleta
que acesa nos dedos
amarela o siso
que enferruja o sorriso
afasta o moço
aquele da fonte
das moedas e festas
das noites
dos becos
dos restos
dos trapos
do príncipe ao sapo
conexão desconexa
de ventos e sopros
uma voz me dita
soltos
versos
em frases
faço deste poema
um vômito apenas
de vagas lembranças
de nem sei bem
quem me dera
pra lembrar
basta memória
quem me dera a
História explicar
aonde começa
o dado que foi lançado
para o jogo
que nos resta
tanta gente confundindo
o real e o umbigo
violas e vozes
velando o sono
de anjos caídos
homens e mulheres
entre telas e satélites
dormem em mente
aquilo que impõe
no dia do batente
a fio continua
a espiral não é nula
se não paro
vou afundar o teclado
com meus dedos
ávidos por versos
soltos
vagos.

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