domingo, 23 de outubro de 2011

Injustiçada

Era grande a alegria
do novo que se abria
sem mais para quê
ao ponto de tentar
tudo estragar
caiu no engodo
de se entregar
seintiu-se traida
como assim não posso ver?
precisam de mim
quando falta você?
não, não, assim eu não aceito
eu participo por inteiro
sou máquina de sangue quente
suporto com os ombros
toneladas dos seus sonhos
tortos mal vividos
que eu agora
vou falar
cansei da dança ensaiada
dos risos com hora marcada
aquele café fraco que você me faz
há tempos não me satisfaz
deixei becos e esquinas
pó, naftalina
não me venha com reservas
a noite de ontem eu esperava por você
delirava acordada, mordia forte de tanta raiva
o veneno consegui sentir
era forte o fel
veias abertas jorravam
sangue sob meu tapete
minhas vísceras expostas ao teu olhar vazio
ando ao longe, escondo meu rosto de mim mesma
minhas vísceras continuam expostas
...
rajadas de ventos matinais me tiram do eixo
são os raios de sol, estão há acordar.

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