Entre um devaneio e um ponto na realidade
refaço todos os meus erros
agora diferente, de trás pra frente
entre versos e recortes
cortes das vísceras vivas
de um artista decadente
aquele que não se reconhece
nem diante do espelho
do reflexo
Nas cinzas partidas no ar
virão de outros sons
outras formas vão dançando
nada que tinha razão
obedece nem mais um dia
outra noite vazia
calculando a demora das foices
dos registros, dos protocolos
dos currículos
Cada vez mais e mais
são lançados a revelia
um punhado de achismo
de sofismo nada niilismo
podemos desvendar na arte
a arte?
Quem tem a palavra exata
para agradar a ávida platéia
que entorpece de dúvida
entendimento descontentamento
crítica
uma rajada de nós mentais
intelectuais vorazes em destruir
o sonho do poeta
Mas calma volta lá
e escreve um decassílabo às avessas
sem rima, dança com a disritmia aguda do coração
com o veneno das ondas daquele movimento
faceiro de sexo vivo
ou será um enigma que envolve
o gole foi sorvido, na garganta fez-se a passagem
devolve minhas ranhuras
Acabava o verão e tudo que era brilhantemente ao sol
caiu no chão.
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
domingo, 27 de outubro de 2013
Olho no olho
Onde olho os fluxos
revoltam-se entre os passeios
de um barco ao porto incerto
tão certo que eras pacífico
assim como outros tantos oceanos
deixando o brilho da água
tão doce em seu respirar
profundo da tarde quadrante
os poucos retratos de fotografias
tiradas em preto e branco
com o relevo em cada lado
um bordado antigo
guardado numa gaveta qualquer
borboletas presas nas teias das aranhas
guardando os gemidos
os venenos
o açúcar da beleza
as tempestades que trazes
no peito, arrancam de nós o peito
as mãos, a garganta, o alívio
a respiração marcava cada
passo, cada polegada de oxigênio
nem sempre observa-se o por-do-sol
em quase nem um dia
a lua é diferente
é o que se faz ver
emociona, não ofusca tão lindo sol
vai e deixa o mar entrar
aqui nessa passagem, do olho no olho.
revoltam-se entre os passeios
de um barco ao porto incerto
tão certo que eras pacífico
assim como outros tantos oceanos
deixando o brilho da água
tão doce em seu respirar
profundo da tarde quadrante
os poucos retratos de fotografias
tiradas em preto e branco
com o relevo em cada lado
um bordado antigo
guardado numa gaveta qualquer
borboletas presas nas teias das aranhas
guardando os gemidos
os venenos
o açúcar da beleza
as tempestades que trazes
no peito, arrancam de nós o peito
as mãos, a garganta, o alívio
a respiração marcava cada
passo, cada polegada de oxigênio
nem sempre observa-se o por-do-sol
em quase nem um dia
a lua é diferente
é o que se faz ver
emociona, não ofusca tão lindo sol
vai e deixa o mar entrar
aqui nessa passagem, do olho no olho.
sábado, 19 de outubro de 2013
Deixa voar
Será possível sentir
sua alma em minha?
Nada mais é tão exato
como a uma semana atrás
talvez o caos, talvez a ordem
me tragam lembranças suas...
A paixão desafia
o que o olho não esconde
o coração fala em silêncio
decifra-me?
deixa-me?
Nada que o toque
revelado do instante
arrancando flores
impregnando de perfume o ar.
Deixa voar.
sua alma em minha?
Nada mais é tão exato
como a uma semana atrás
talvez o caos, talvez a ordem
me tragam lembranças suas...
A paixão desafia
o que o olho não esconde
o coração fala em silêncio
decifra-me?
deixa-me?
Nada que o toque
revelado do instante
arrancando flores
impregnando de perfume o ar.
Deixa voar.
domingo, 13 de outubro de 2013
O sorriso ou o gozo
Talvez nunca
a exatidão te faça
uma visita
sem afagos
sem mimos
talvez um pouco de carinho
uma dose extra de nada
sentimentos inversos
insurretos
nem o cheiro da rosa
vermelha
fêmea
efêmera
trêmula nos braços
molhada
o olhar visto da pupila
manipulado entre testas
e rugas
um canto da boca
arqueia
tão longo é esse sorriso...
.
a exatidão te faça
uma visita
sem afagos
sem mimos
talvez um pouco de carinho
uma dose extra de nada
sentimentos inversos
insurretos
nem o cheiro da rosa
vermelha
fêmea
efêmera
trêmula nos braços
molhada
o olhar visto da pupila
manipulado entre testas
e rugas
um canto da boca
arqueia
tão longo é esse sorriso...
.
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Palavreante
Toda aquela emolduração contida
retida numa reserva de falas
escondido entre o dia
ficava sem tempo
o que sobrava era quase nada
mas no quase proposital
vendaval mental
saía de si tanta letra
sílaba
palavra
frase
saiu de uma vez uma palestra
era de fato chata
o que não seria àquela altura
já era meio dia
o estômago chamando de fome
e uma retirada dos sentidos
veio por uma fresta
na qual entrava o sol na sala
ardia olhos mas fazia vivos
como é bom!
assim acabou
houveram outras questões
mas eram outras
não importa.
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Veneno e cura
Eu furo a melancolia escondida de outros Deuses, os que ainda dançam e voltam ao espetáculo das Deusas. Vou saborear cada arrepio enco...

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Já não faço mais poesia nem de noite ou dia límbicas madrugadas rítmicas anestesias Já bastava o que não via conhecia além do fim bem ...
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Cada espaço que separa o tempo vai socorrendo o que há de mais sagrado por dentro dos dedos que correm soltos pelas teclas que não mais...