quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Diferentes

Ela dormiu tarde, era quase dia. Lógico que pensava nele. Fantasiava como sempre um romance novelesco, mas ele é frio e ela vulcão. Um encontro da tempestade com o sólido chão. Tão estranho é o querer que os move, ela ama em demasia, também se recente, se entrega, tudo intensamente. Ele é ponderação, cautela, razão acima da emoção. Simples receita de contradição. Quando se amam, as diferenças se diluem, ele talvez seja tão ou mais intenso que ela. Porém, só naquele instante de entrega, plena! Ela é confusa, quer o rasgo da paixão, sentir-se única, quer a atenção que uma criança necessita, no fundo ela é uma eterna criança. Ele adulto responsável, sem tempo para brincadeiras, mimos fora de hora, aliás para ele tudo tem hora, agenda sempre à mão. Ela vai como vento, sempre se atrasa, mas também necessita mais que ninguém ser paciente, ter responsabilidade consciente, então se dobra, desdobra em mil afazeres. É independente, por mais árduo que seja seu dia a dia, ela sempre começa uma poesia. Ele não entende de poesia. Mas juntos com tudo diferente, não sei se incosciente, tentam amar livremente, sem posses, sem correntes. Sim! são ultra-diferentes, mas eles se querem, eles sentem...

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